sexta-feira, 9 de outubro de 2009

VALORIZE A ARTE NA IGREJA

Dez Valores Fundamentais para um Ministério de Artes

Por Nancy Beach



1. Criatividade

Encontre formas criativas de incluir novos elementos de adoração e novas formas de comunicar a palavra de Deus. Busque, com a graça e poder de Deus, surpreender sempre a congregação. A ordem dos cultos não deve se tornar previsível. Podemos constantemente buscar formas de dar o próximo passo. Quais são as novas formas de conseguir que as pessoas experimentem a Deus?

2. Intencionalidade

A criatividade precisa estar fundamentada na intencionalidade. Isso vai nos ajudar a manter o foco. A criatividade é maravilhosa, mas se não for direcionada, acabamos perdidos. É preciso ter cuidado para garantir que não estamos usando a arte simplesmente para sermos “artísticos”. Devemos ter uma missão e propósito claro para tudo que fazemos em nossos cultos. E essa missão e propósito precisam estar alinhados com a missão geral e estratégia da igreja. Tenha certeza de que seu ministério está centrado na Bíblia e teologicamente correto. Seja intencional sobre o fluir da ordem do culto. O que é necessário para a “passagem” de um elemento para o outro? A congregação tem oportunidade de processar o que está sendo apresentado?

3. Excelência

Definimos excelência como “Fazer o melhor possível com o que está ao seu alcance.” Em I Sam. 16:18, Davi disse que ele não queria oferecer ao Senhor algo que não lhe custasse nada. Ele queria dar o melhor ao Senhor. A excelência não é igual ao perfeccionismo. Perfeccionismo é uma obsessão doentia que não honra a Deus. Muitos artistas lutam com o perfeccionismo. Não importa o que fazemos, devemos fazer tudo para Deus e não para os homens. Não hesite em pedir esse tipo de excelência de seus voluntários.

4. Avaliação

A avaliação está intimamente ligada à excelência. Não podemos melhorar se não identificarmos o que deu certo e errado. Isso implica numa delicada combinação de celebrar o que funcionou bem e construtivamente dialogar sobre o que não funcionou.



5. Processo

Se não dermos a atenção devida ao processo do ministério e à integridade desse processo, pagaremos caro. Eventualmente os voluntários não terão mais interesse em participar. Então, você precisa estar sempre perguntando: esse processo honra a Deus e valoriza as pessoas? Isso está diretamente ligado ao nosso caráter e integridade pessoal.

6. Autenticidade

Seus artistas estão atuando com autenticidade, seja cantando, dançando ou tocando? Estão agindo de forma artificial, forçada ou natural? Estamos expressando e demonstrando a verdade através das pessoas que participam em nossos ministérios? As pessoas que freqüentam nossas igrejas estão decidindo se acreditam ou não em nós. Avaliam se estamos fazendo um show ou transmitindo a verdade, se buscamos atrair atenção para nós mesmos ou comunicar e servir da melhor maneira possível. Precisamos identificar e eliminar qualquer coisa que se pareça com orgulho, ou algo feito apenas para atrair atenção ou algo que é feito com a motivação errada. Precisamos criar arte que retrata de forma honesta a condição humana, porque as pessoas que estão nos ouvindo sabem quando não estamos sendo honestos.

7. Comunidade

Além dos frutos que resultam de nossos ministérios, acho que o sentimento de comunidade é o maior benefício. Precisamos encontrar uma forma de viver ministério que nos permite ter alguns daqueles momentos em que nos conectamos uns com os outros, quando estamos sendo uma expressão viva do amor de Cristo uns para com os outros, e transformando nossas equipes em uma comunidade.

8. Liderança

Essas comunidades precisam de liderança. O dom da liderança é essencial para construir um ministério de artes eficaz. Não podemos ter medo de liderar. Deus irá nos guiar e nos dará a orientação necessária. Muitas vezes artistas sentem-se inseguros, desanimados e mal-compreendidos. Enquanto buscamos pastorear nosso rebanho, precisamos pedir ao Espirito Santo que nos ajude a escolher nossas palavras cuidadosamente e saber quando precisamos lançar desafios e quando usar de mansidão e sensibilidade.

9. Corações e Vidas bem Ordenadas

O maior presente que podemos oferecer às nossas igrejas não é o nosso talento. O que podemos fazer de mais importante é aquilo que Jesus nos ensinou: permancer nEle. Precisamos praticar as disciplinas espirituais que vão ajudar a desenvolver nosso caráter. Faça um compromisso de encontrar momentos de solitude onde você possa examinar e avaliar se a sua vida está bem-ordenada. Tudo que fazemos deve ser fruto desse equilíbrio resultante de vivermos com Cristo no centro de nossas vidas.

10. Momentos Transcendentes

A despeito de planejarmos um culto voltado para descrentes ou cultos de celebração, nosso alvo é preparar cada elemento do culto de forma que Deus possa usá-lo para tocar a alma humana profundamente – deixando que as pessoas experimentem Sua verdade e presença. As pessoas devem sair mudadas de alguma maneira. Teremos falhado terrivelmente se nossos cultos forem considerados criativos ou interessantes, mas não trouxeram mudança de vida com o passar do tempo.


Artista na linha de frente

por Rory Noland


O ano passado, uma igreja na Flórida me convidou para liderar um retiro dedicado às suas equipes de artes. O pastor da igreja perguntou se ele poderia dar uma palavra aos artistas no início do retiro para agradecer e encorajá-los. Como se pode imaginar, os artistas realmente apreciavam o apoio que recebiam do seu pastor. Entre os seus comentários breves, porém sinceros, o pastor lembrou-os de que independentemente do papel que desempenhavam, todos eram líderes de adoração. Durante o intervalo eu ouvi um vocalista exclamar, “Puxa! Eu sou apenas uma cara que canta na última fileira do coral; nunca me imaginei como líder de adoração. Isso muda tudo!”

O Velho Testamento contém uma história sobre outro grupo de coristas que, assim como o nosso “corista de última fileira” provavelmente imaginavam outra coisa quando entraram na equipe de louvor e adoração. II Crônicas 20 registra uma época durante o reino de Josafá (Jehoshaphat) em que exércitos inimigos se reuniram para guerrear contra Judá. Vendo suas forças mal preparadas e em terrível desvantagem numérica, Josafá orou e decretou que toda a nação jejuasse. Então “Josafá prostrou-se com o rosto em terra e todo o povo de Judá e Jerusalém caiu e adorou perante o Senhor” (Versiculo 18). O passo seguinte de Josafá, porém, permanece até hoje, algo inusitado entre as grandes estratégias nos anais militares. No dia seguinte, Josafá reuniu um coral, vestiu seus coristas com vestes santas e os pôs a marchar, desarmados, como forças avançadas nas primeiras linhas do exercito cantando: “Rendei Graças ao Senhor, pois o seu amor perdura para sempre” (versículo 21). Incrivelmente essa estratégia foi bem sucedida. Assim que o coral começou a adorar, o Senhor montou emboscadas contra os inimigos de Judá, que foram derrotados.

De modo bastante semelhante ao coral de Josafá, os artistas estão realmente nas linhas de frente de ministério das igrejas em nossos dias. Inclusive, se você for um artista, que tem qualquer envolvimento em sua igreja, e existem períodos de louvor nos seus cultos, você está fazendo bem mais que apenas tocar guitarra, interpretar um texto, ou mixar o som. Você está conduzindo a sua congregação em louvor. Não faz diferença se você canta, toca, escreve, pinta, interpreta, dança, mixa o som ou opera as luzes cênicas. Também não faz diferença se você canta na última fileira do coral, trabalha à vista de todos, ou atrás dos bastidores. Se você emprega seus dons numa igreja que busca encaminhar as pessoas a Deus, então você é (para usar um termo que muitos empregam hoje em dia, um “líder de louvor”).

Isso faz uma diferença tremenda, não faz? E nos obriga a considerarmos várias questões: A sua vida é condizente com a que um líder de louvor deve ter? Você está crescendo espiritualmente? Você passa tempo regularmente na palavra de Deus e em oração?

Hoje, mais que em qualquer outra época, Deus está convocando os artistas a desempenharem um papel principal na igreja. Que honra! Que privilégio! Que todos possamos avaliar o nosso nível espiritual e fazer os ajustes necessários para nos tornarmos tudo aquilo que Deus deseja de nós.

Rory Noland é diretor do Ministério Heart of the Artist [Coração do Artista], uma organização dedicada a servir os artistas na igreja (www.heartoftheartist.org).

Nenhum comentário:

Postar um comentário